Teste De Gravidez Positivo

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Por Priscila Cunha

Você fez o teste de farmácia, se deparou com as duas linhas e/ou abriu o exame de sangue e viu lá, com todas as letras: POSITIVO. E agora?

Receber um resultado positivo em um teste de gravidez pode ser maravilhoso! Muitas mulheres sonham muito com ele! Mas é importante lembrar que essa notícia pode bater diferente para outras, principalmente, as que não estavam planejando uma gestação. Seja qual for o cenário, o resultado de um teste positivo pode vir acompanhado de medo, ansiedade, incerteza e preocupações.

 Independentemente de como você se sentir nesse momento, é importante lembrar que você tem o direito de sentir o que for e que essas emoções são normais, em todas as mulheres,  até para quem já passou por várias gestações e esperou muito por um teste de gravidez positivo.

 Ao longo de uma gravidez, de um puerpério e de toda a vida de uma mulher, o que ela mais vai experimentar é essa oscilação de sentimentos, principalmente, quando há variações hormonais envolvidas. O fundamental é se dar permissão para sentir o que for sem tabus, acolher a emoção que vier e lembrar que você não está sozinha, mesmo que se sinta assim. Há muitas pessoas dispostas a oferecer suporte, compreensão e acolhimento. O Canguru está aqui para isso, inclusive! Não subestime a força de uma comunidade virtual!

Voltando ao teste de gravidez positivo, se o resultado veio de um teste de farmácia, é aconselhável fazer também um de sangue, o HCg quantitativo. Falsos positivos são raros, mas o exame de sangue além de ser mais preciso, pode indicar o tempo de gestação, que vai ser importante para ver o estágio em que ela se encontra e quais os cuidados para esse momento.

Depois do resultado, é fundamental que a mulher consulte um médico para fazer novos exames e iniciar o acompanhamento pré-natal. O obstetra irá fazer alguns no consultório e deve pedir outros como o Hemograma, o Teste de HIV, Sífilis e Urina. (Se você não sabe seu tipo sanguíneo e o fator Rh é hora de incluir o teste nesses exames!). Esses são os testes rotineiros. 

O médico vai ouvir todo o seu histórico familiar e pode solicitar ainda exames específicos. Ele também deve querer checar sua caderneta de vacinação e recomendar vacinas que possam estar faltando e que são seguras durante a gestação. (Se ele não fizer, atente-se a isso!)
Nessa primeira consulta, o médico também passa todos os cuidados que devem ser seguidos sobre alimentação, medicações permitidas, exercícios etc. Não comece nenhuma atividade física, sem consultar o médico. Ele poderá lhe ajudar a escolher uma modalidade que favoreça o fortalecimento de áreas importantes para suportar o peso da gestação e a longo prazo, até facilitar o parto. Uma fisioterapia específica para isso também pode ser discutida, além de uma dieta apropriada.

Após a 12ª semana, um ultrassom irá confirmar a presença ou não do feto (ou de mais de um). Correndo bem a gestação, a mulher vai poder ouvir pela primeira vez o coraçãozinho da criança bater. É um momento apreensivo e emocionante e que marca o fim de um estágio que requer mais cuidados, dado o risco de aborto. Geralmente, é aí, que as mulheres querem dar a notícia da gravidez. 

O Emocional da Mãe

Depois de considerados todos os aspectos físicos, é hora de pensar em outros aspectos como o emocional. Durante a gestação, há muita variação hormonal, o que faz com que as nossas emoções também variem bastante. Ter ajuda para lidar com isso é fundamental.

Ao viver cada etapa do processo, é possível que a gente se depare com lembranças da nossa própria infância e isso também nos gere sentimentos difíceis de digerir. Como diz a psicóloga e psicanalista argentina Laura Gutman, a maternidade pode ser uma experiência tão transformadora quanto assustadora. Seja como for, é uma oportunidade para que as mulheres enfrentem questões psicológicas que elas possam ter evitado enfrentar anteriormente. É o momento de “reencontrar a própria sombra”, de confrontar aspectos de si mesma que podem ter sido reprimidos ou negados.

Também é um momento em que a gente naturalmente olha para os nossos pais, para a forma como fomos criados e comece a criar expectativas quanto à criação dos nossos filhos. É o momento para curar possíveis feridas, buscar informações e começar a traçar nosso próprio caminho parental. Por tudo isso, contar com um apoio psicológico é fundamental. 

Mas há uma outra ajuda importantíssima e da qual não se pode abrir mão: a rede de apoio. Uma gravidez pode até não ser doença como no dito popular, mas para ser benção precisa ser protegida. 

Já é de senso comum que o que a mãe sente influencia diretamente o desenvolvimento do bebê. Por isso, é fundamental se cercar de pessoas que possam lhe dar apoio e ser para você uma rede de proteção. Ter o pai do bebê ou uma pessoa de confiança ao seu lado é fundamental. 

Sabemos que nem sempre isso vai ser possível. Mas como falamos antes, existem vários locais onde você pode buscar apoio. Eleja as pessoas que lhe fazem bem e conte com elas. Deixe-as saber que elas são sua rede de apoio, de proteção e que você precisa delas.

Tudo bem se afastar um pouco das demais, daquelas pessoas que mesmo sendo próximas, por algum motivo, não lhe fazem se sentir bem agora. Há formas elegantes de se fazer isso. A partir deste momento, o mais importante é pensar no saúde e no bem estar da mãe e do filho. Nada pode estar à frente disso.

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